Entrevista: Rafael Miranda


Perfil do entrevistado:

Cachoeirense, filho da professora Jean Muzzi de Miranda e do ex-ferroviário Ronaldo de Miranda, Rafael Miranda, médico veterinário, casado com Giovana, pai de João Rafael e de Rafaela assumiu a Secretaria de Agricultura, Indústria, Comércio e Desenvolvimento quando convidado em 2000. É presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, desde 2001, através do qual trouxe os recursos necessários à criação e aquiescência de projetos direcionados ao setor. O trabalho desenvolvido a frente da sua secretaria rendeu um saldo positivo à administração e sua projeção política foi inevitável ao longo do governo. No auge de sua terceira gestão, Rafael Miranda, surpreendendo as expectativas, foi apontado pelo prefeito Cica Machado para concorrer às eleições em 2008. Pela primeira vez, filiado a um partido político, Rafael Miranda teve uma passagem célere e marcante no PMDB, mas foi no PP que sua pré-candidatura foi definida com tranqüilidade.

Jornal A Voz da Cidade:

Dr. Rafael, obrigada pela presença.

Por que ser prefeito, e qual é o diferencial de sua candidatura em relação aos demais?

Rafael Miranda:

Boa tarde, Carla. Quero ser prefeito porque tenho um amor imenso por Cachoeiras de Macacu e creio ter muito a ofertar para a minha terra. Ser prefeito de Cachoeiras é colocar o meu nome à disposição da população e como filho da cidade desejo o seu crescimento. Assumir uma prefeitura é como gerir uma empresa só que com um cunho público. Sinto-me preparado e estimulado para administrar. E conseguindo a aprovação pelo PP, com a experiência que adquiri ao longo da vida pública sinto que domino suas particularidades, o que é um ponto positivo conhecê-las para poder enfrentá-las. Quanto ao diferencial, prefiro me concentrar mais no que posso fazer do que comparar minha trajetória política a de meus concorrentes. Volto a dizer que minha experiência me deu tranqüilidade. Se existem concorrentes é porque cada um se sente capaz de enfrentar, a seu modo, o desafio.

Jornal A Voz da Cidade:

A que deve a indicação do seu nome?

Rafael Miranda:

Cica tinha quatro nomes aptos para concorrer às eleições e qualquer deles ao se desvincular da pasta, traria perdas para seus setores. Ao investir muito em Saúde e Educação, o prefeito acertou ao convidar o Osório e o Marquinhos para assumirem as respectivas secretarias, porque ambos trouxeram um retorno muito positivo para a administração. Cica encontrou o hospital fechado e a Educação em condições bem diferentes da atual. Marquinhos Souza ou Osório, se se afastassem de suas secretarias, o bom andamento delas poderia se comprometer e quem perderia seria a administração e a população diretamente. O mesmo falo sobre a Secretaria de Obras, seu gestor é pessoa muito qualificada e o sucesso de algumas áreas está vinculado a ela. Todos nós já inauguramos algum projeto que só foi viável através do bom trabalho que teve o Secretario de Obras. Gilcimar é um nome que também faria falta. A minha secretaria, como só atende 30% da população em relação aos 100% da Saúde e o mesmo percentual da Educação, com minha desvinculação sofre menor impacto, e o prefeito considerou isto ao apontar meu nome. Cica fez a escolha de acordo com o necessário e não com o conveniente.

Jornal A Voz da Cidade:

Comente sobre sua passagem no PMDB e o advento das prévias eleitorais.

Rafael Miranda:

O PMDB representa uma experiência única. Saí de lá me sentindo um grande vitorioso, porque dentro do que propus ao diretório, recebi da maioria o apoio necessário. É bom esclarecer que quando falei em prévia, algumas pessoas sustentaram que havia uma imposição de minha parte, o que não é verdade. A prévia é um pedido legal, previsto no estatuto e possível de se realizar, desde que a maioria entendesse que seria saudável ao partido. Foi o que aconteceu. Tentei um caminho legal para poder andar com tranqüilidade junto ao PMDB. As pessoas demonstraram, através do voto, que deveria ocorrer à prévia. Por motivos acima do compreensível, não aprovaram o que foi a vontade da maioria. Lá conheci pessoas muito firmes, e deixei também amigos. Saí sem mágoas.

Para as pessoas do PMDB que são simpáticas à minha candidatura, quero agradecer a confiança e dizer que me coloco à disposição, mantendo tudo aquilo o que sustentei no PMDB: transparência, trabalho e honestidade. E dizer que independente do partido o prefeito quando eleito governa para todos, seja do partido A, B ou C.

Jornal A Voz da Cidade:

O que pesou para sua ida ao PP e quantos partidos fazem parte da coligação?

Rafael Miranda:

Diversos partidos me convidaram para a filiação, inclusive oficialmente. Municípios pequenos e de pouca arrecadação precisam ter parceiros sólidos e o PP é um partido que tem crescido muito. Seu ícone, o Senador Francisco Dorneles é um parceiro amistoso e necessário para Cachoeiras. Investindo em meu nome, trouxe o Ministro Márcio Fortes ao ingresso de minha filiação e ampliou a margem de alcance dos nossos contatos em Brasília. Está no PP me empresta tranqüilidade como pré-candidato. Sou abraçado por pessoas leais a este propósito e isto, Carla, é imprescindível à construção de um projeto político-eleitoral. Juntamente com o PP temos o PT, PSC, PMN, PSDB, PSB.

Jornal A Voz da Cidade:

É necessário para o caminhar político que tenhamos a coesão de um grupo em prol do objetivo. Se eleito, o prefeito Rafael Miranda pretende mudar o secretariado ou o grupo será mantido?

Rafael Miranda:

É precipitado afirmar um posicionamento, mas devo deixar claro que estarei inclinado para a competência. No nosso grupo, muitos já deram prova de sua capacidade. Marquinhos, Osório, Gilcimar, a primeira-dama Vera Machado junto à Secretaria de Promoção Social ao desenvolver um trabalho que atende a uma população, anteriormente, bastante carente da assistência prestada pela sua secretaria, enfim, temos bons gestores no nosso quadro assim como pessoas chegando-se a nós com capacidade e competência ainda inexploradas.

É muito difícil afirmar que haverá saída ou permanência em determinadas secretarias. O serviço público exige muito dos gestores e por isso a confiança será uma das coisas consideradas em relação àqueles que poderão ocupar cargos públicos. Vou além da visão partidária e afirmo, sem medo de errar, que para o prefeito poder proporcionar uma boa administração, ele depende de pessoas confiáveis e competentes. Se for para o bem da administração absorver pessoas que não fazem parte do grupo, é quase uma obrigação convocá-las a formar a equipe. Não estou ferindo uma lealdade ao afirmar isso e devo esclarecer que meu compromisso é com a competência e com a população de Cachoeiras de Macacu. Prevalecerá sempre o que for necessário e não o que for conveniente.

Jornal A Voz da Cidade:

Dr. Rafael, já existe algum nome indicado para ser o seu vice?

Rafael Miranda:

Existem pessoas competentes de todos os distritos que podem formar uma composição qualificada. Para falarmos em vice, temos que ter cuidado para não nos precipitarmos. Existe um alinhamento de idéias que deve nortear o diálogo e o entendimento quanto a este ponto. Tendo em todos os distritos pessoas de qualidade, o critério de composição será o que melhor se enquadrar para servirmos bem à população. A escolha do nome, é uma decisão não apenas do Rafael, é de todos aqueles que estão envolvidos no planejamento do nosso projeto político.

Jornal A Voz da Cidade:

Todo candidato à prefeito tem uma preocupação em formar uma base aliada de vereadores. Com a mudança de partido, como segue este ponto? Existe apoio pessoal a algum nome?

Rafael Miranda:

Eles têm um papel extremamente importante para a representação da comunidade e a harmonia entre prefeitos e vereadores pode espelhar bons resultados para a população. A independência do Legislativo, mantida com um bom entrosamento no campo de idéias e de criação de políticas sociais é um peso aliado para o bem coletivo. Todos ganham se pudermos realizar um trabalho bem planejado, cuja finalidade comum é proporcionar à população o que há de melhor de acordo com nossas possibilidades. Minha preocupação é que sejam eleitas pessoas capazes de sustentar um trabalho digno e qualificável do ponto de vista de políticas sociais. Quanto à minha adesão, vejo com otimismo bons candidatos, mas não seria ético apoiar apenas um e excluir os demais que também merecem o meu respeito. Prefiro torcer para que alcancem seus objetivos.

Jornal A Voz da Cidade:

Em relação ao Complexo Petroquímico, quais as ações já pensadas para recepcioná-lo?

Rafael Miranda:

Este empreendimento gerará impactos em todos os municípios da região, por isso não creio que as ações planejadas para Cachoeiras devam ser isoladas do resto do CONLESTE. As projeções desses impactos serão consideradas no tocante à nossa realidade em termos de segurança, habitação, comércio, serviços básicos, etc. Uma preocupação minha é quanto à qualidade de vida, porque um mega empreendimento atrai crescimento e também a perda da identidade. As medidas direcionadas à linha dos municípios em torno do pólo deverão considerar uma realidade em conjunto, mas respeitando a identidade de cada município por isso penso em ações cuidadosamente planejadas. O que posso afirmar, no momento, é que todas as medidas que tomarmos para zelar por Cachoeiras e também por nossa identidade, irão refletir adiante, quando todos os municípios da região estiverem engajados em ações futuras.

Jornal A Voz da Cidade:

Na programação do seu governo o que tem a dizer o candidato Rafael Miranda sobre os principais serviços públicos?

Rafael Miranda:

Saúde: Os PSFs atuam com saúde preventiva, disseminando o cuidado desde a concepção - ao acompanhar as gestantes - até a antecipação de diagnósticos e distribuição de medicamentos para doenças como a hipertensão, por exemplo. Isto previne que o paciente venha a sofrer um enfarto ou um AVC. Programas que vêm gerando um resultado positivo não devem ser alterados, apenas intensificados. O aparelhamento do hospital, dos postos de saúde e do nosso ambulatório deve ser contínuo.

Transporte: A relação deve ser a mais profissional possível incidindo sobre o serviço a devida fiscalização, respeitados os preceitos legais que envolvem uma reciprocidade, para que a população saia ganhando.

Segurança: Fortalecer a guarda municipal, para que sejam parceiras na manutenção da ordem.

Educação: O importante será manter a qualidade do setor, sempre intensificando os seus programas.

Jornal A Voz da Cidade:

Quanto ao turismo e ao meio ambiente, quais são as suas considerações?

Rafael Miranda:

Turismo: Cachoeiras já tem um marketing de exposição da sua imagem, é um trabalho bem elaborado pela Secretaria de Turismo. Revigorar o turismo exige definirmos qual é o público que queremos atrair, para depois realizarmos um plano de base onde entendo que deve estar envolvida a iniciativa privada, já que o fornecimento de certos serviços passa, exclusivamente, por ela.

Meio ambiente: Detentora de um vasto patrimônio verde, um dos maiores do estado, projetos direcionados a esta área são indispensáveis para a sua proteção. A política de preservação deve ser feita com urgência, mas bem pensada e se possível convocando o estado e a federação para nos ajudarem nesta tarefa. Compete a nós dentro de nossa realidade orçamentária colocar em prática um plano tático, mas a União e o estado devem entrar como parceiros.

Jornal A Voz da Cidade:

Dr. Rafael, obrigada por nos conceder a entrevista e gostaria de saber quais são as suas considerações finais.

Rafael Miranda:

Carla, gostaria de agradecer a oportunidade de mostrar ao cachoeirense quem é Rafael Miranda sob o ponto de vista político. O amigo Rafael muitas pessoas conhecem bem, porque aqui nasci, cresci, me casei, crio meus filhos e também fiz e faço amigos verdadeiros. Sendo filho de ex-ferroviário - o que afirmo com orgulho pela história de vida que meu pai construiu através de um trabalho digno numa página saudosa da nossa história -- e de uma mulher que deu formação escolar a muitos idealistas como eu, é inevitável que é inevitável que a minha vida se assemelhe à vida de tantos cachoeirenses que sentem orgulho da sua terra e desejam o seu progresso sem a perda de sua identidade. Mas o político Rafael Miranda quer dizer ao cachoeirense que não me lanço candidato para disputar o poder pelo poder. Meu compromisso é lutar para construir uma cidade melhor, onde possa tanto o gestor quanto o amigo Rafael manter seus hábitos de freqüentar a casa das pessoas com o mesmo respeito e dignidade com que ingressei na vida pública. Pretendo agregar valores positivos como trabalho, dedicação e honestidade ao ofício de administrar e sendo essas as minhas metas, agradeço àqueles que confiam no meu caráter e abraçam com respeito o meu desafio. Obrigado!

Entrevista: Osório Luíz Figueiredo de Souza


Perfil do entrevistado:

Destacado como um dos melhores gestores da área, assim apontado no Encontro Nacional de Secretários da Educação pela terceira vez consecutiva, Osório Luís Figueiredo de Souza retém diversos prêmios que o apontam como um administrador apto a conduzir um modelo de gestão consolidado na democratização das escolas municipais.

Há sete anos administrando a Secretaria de Educação e Cultura, o professor Osório, como é conhecido, vem exercendo suas atividades com sucesso, e devido ao bom desempenho gerou uma expectativa em torno das eleições 2008, cujas especulações o apontavam como um forte concorrente à sucessão do governo.

Premiado pela UPEE - União dos Profissionais de Educação do Estado nesta última sexta-feira, o sindicato dos profissionais o escolheu entre os gestores, nomeado pelo Conselho devido ao imensurável teor do seu trabalho, cujo sucesso prima pela valorização do elemento humano enquanto receptor e operador da educação como um direito fundamental.

Cumulativamente à gestão da rede pública de ensino, atualmente empresta ao PSDB - Partido Social Democrático Brasileiro a responsabilidade de presidir uma das siglas mais importantes do nosso processo político-eleitoral.

Jornal A Voz da cidade:

Prof. Osório é um prazer tê-lo conosco. Preliminarmente, precisamos saber como devemos tratá-lo: Secretário, professor ou pré-candidato?

Osório Luís:

Carla Lessa, uma vez improcedente a hipótese da minha pré-candidatura, ficarei à vontade com o tratamento dispensado na qualidade de gestor ou de professor, ambas as atividades que exerço com muita satisfação. Mas torno público que dentre os pronomes de tratamento acumulo o de presidente do PSDB, sigla a qual pertenço satisfatoriamente há alguns anos.

Jornal A Voz da Cidade:

O prêmio Palma de Ouro lhe enquadra pela terceira vez consecutiva como um dos melhores gestores da área. A que atribui o mérito, e dentre os projetos político-educacionais, qual valorizou o seu trabalho à frente da Secretaria de Educação e Cultura?

Osório Luís:

Este prêmio advém de um programa que avalia os profissionais com a intenção de incentivar a qualidade através dos modelos de gestão que estão dando certo. Adotamos um projeto que investiu na democratização da educação enquanto um pilar de equilíbrio da relação escola-sociedade e penso que a importância em manter este equilíbrio permeia todas as demais ações voltadas a melhorar a qualidade do setor. O segundo ponto de valorização exige do profissional um plano de gestão viabilizado através do curso de gestores. Isto significa que o profissional da educação reparte a responsabilidade de pensar e criar soluções para a administração do ensino público. O horário escolar ampliado foi o terceiro elemento de contribuição para reforçar a valorização do nosso trabalho. Hoje, por iniciativa das secretarias das escolas e da autonomia concedida a estas, criamos uma alternativa para manter o aluno na escola o maior tempo possível. A extensão do horário extracurricular permite uma integração aquém das salas de aula. Esses foram os três aspectos responsáveis pelo reconhecimento do trabalho da nossa equipe.

Jornal A Voz da Cidade:

A democratização das escolas pressupõe a máxima integração entre as unidades escolares e o seu destinatário final que é a sociedade, repartidas entre estas as responsabilidades de administrar e fiscalizar as verbas públicas. Como é possível manter este modelo de gestão sem que a sociedade abandone o papel que lhe cabe na relação com as escolas?

Osório Luís:

Este modelo foi organizado com o sistema municipal de educação que visando à regulamentação, inclusive no tocante à autonomia dos gestores das unidades, erigiu a Lei Municipal da Educação. Nascida através de reuniões seqüenciais com as escolas, após inúmeras discussões a lei foi aprovada e deu subsídio para a criação de um Conselho construído também junto às escolas. Do trabalho em conjunto nasceu a Lei e o Conselho de Educação. O próximo passo foi implantar a eleição dos diretores das escolas, o que no modelo anterior funcionava através de indicações. Com pelo menos dois instrumentos válidos para orientar, tanto os gestores quanto a sociedade, e com o avanço das eleições dos diretores das escolas, a consolidação da fiscalização ocorre, porque a Lei obriga que os gestores trabalhem em parceria com as famílias para que as escolas deixem de ocupar o papel exclusivo da educação e seja aliada à estruturação familiar enquanto sedes de exercício de um direito fundamental. Embora sutil, a eleição dos diretores tem um papel importante para a democratização, pois supera aquele padrão de ocupação das diretorias baseado na relação política. Com esse novo modelo, todos seguem o que a lei orienta e a disputa passa a configurar sob critérios mais justos e ao mesmo tempo igualitários.

Jornal A Voz da Cidade:

Com uma identidade agrícola, potencial turístico inexplorado, por que não introduzir uma escola técnica capaz de qualificar a mão-de-obra para esses setores?Dada a expectativa do pólo petroquímico já foi pensada a possibilidade de introduzir cursos de qualificação visando o complexo petrolífero?Como profissional da área, o que o professor Osório tem a dizer da qualidade do ensino à distância?

Osório Luís:

A PETROBRAS fez um planejamento de cursos nos municípios visando o COMPERJ, inicialmente seriam ministrados apenas em São Gonçalo, mas reivindicamos para que Cachoeiras fosse incluída neste planejamento. Os alunos selecionados pela CESGRANRIO já formaram duas turmas que terão como sede do curso a escola São Francisco, em Papucaia.. Estamos trabalhando com a FAETEC, e, é claro, discutimos a ampliação de cursos que não sejam voltados apenas para o pólo. Intencionamos a rede de hotelaria, de comércio, o curso de línguas. A escola politécnica é um projeto em andamento que já dispõe do espaço físico localizado onde era o SENAI. Através dessa iniciativa, será possível a inserção do cachoeirense na realidade exigida pelo mercado, já que a proximidade com o pólo viabilizará um processo de crescimento em aceleração. Hoje contamos com duas faculdades: a EDUCOM (faculdade a distancia, com quatro cursos) e a FAETEC (que formará a primeira turma de pedagogia da história da cidade). O município não pode investir em faculdade porque a lei só permite o investimento em ensino básico, só haverá investimento em ensino superior se a verba estiver sobrando, pois a prioridade é do ensino fundamental e da educação infantil. As redes particulares de ensino superior que nos procuram não suportam o ônus de manter seus cursos e a prefeitura não tem como mantê-las em relação ao seu erário. As que pretendiam se instalar no município desejaram que a prefeitura arcasse com o ônus do investimento. Isso é inviável. Procuramos então dar ao aluno, através do transporte universitário, o acesso ao ensino superior ministrado nos municípios em torno.

Jornal A Voz da Cidade:

Vamos falar sobre política?

Em junho teríamos a convenção do PSDB, uma vez adiada, como está o processo da convenção da legenda? Houve divergência para a escolha do seu nome à presidência?

Osório Luís:

Nossa convenção foi cancelada por conta de haver apenas a apresentação de uma nominata e também por um erro de edital. Devido a isso fui nomeado o presidente provisório para que até o dia 21 de outubro possamos realizar a nossa convenção e assim efetivarmos as eleições para a presidência, a executiva e o diretório. O fato de eu assumir a posição de presidente se deu por conta da necessidade de estarmos construindo um partido que tenha a sua função social bem consolidada. Houve uma resistência, mas não uma divergência capaz de comprometer a meta de reformulação desta relação do partido com sua função social. O grupo entendeu a idéia como sendo necessária. Então, temos a proposta de estarmos fazendo com que o grupo do PSDB busque da sociedade os seus anseios e impulsione os políticos do partido, que estejam participando do governo, para que dêem a ela uma resposta positiva. A viabilidade deste caminho será construída em parceria com o cachoeirense, através de discussões estabelecidas em um fórum de debates, onde as comunidades apontarão suas necessidades e nos ajudarão a pensar soluções para saná-las.

Acredito que a discussão social só tem a amadurecer a relação dos partidos com a sociedade como um todo, porque muitas vezes a resposta advém de uma solução óbvia, que nem sempre o político, eleito através daquele partido consegue vislumbrar, enquanto o cidadão desta ou daquela comunidade pode melhor apontar qual é o caminho mais viável para as soluções.

Jornal A Voz da Cidade:

Esta reformulação é algo mui inovador na história do PSDB cachoeirense e rompe com uma estrutura aparentemente hermética e muito mais voltada para o grupo. Esta nova identidade do partido visa às eleições 2008 ou constrói projetos aquém das disputas eleitorais? O que ficou da sua estrutura original? Há a possibilidade de o PSDB compor com outros partidos para o pleito eleitoral?

Osório Luís:

É claro que toda proposta política visa à participação no processo democrático, não dá para montar um projeto político que tranceda os interesses eleitorais. No entanto, precisamos olhar o município a partir da sua realidade, visando um desenvolvimento necessário e urgente. Queremos sim, construir algo que se puder ser exercido no próximo pleito, já esteja em andamento, porém, o caminho hoje construído - e penso que deve ser uma construção continuada a cada momento independentemente do período eleitoral – este caminho deixará para os próximos representantes uma herança de projetos executáveis pelo prefeito que vier a ocupar a administração. O que ficou do antigo PSDB continua sendo a solidificação do trabalho em equipe. Temos o espírito coeso quanto às possibilidades de execução dos nossos projetos via PSDB, mas sempre estaremos abertos a dialogar com aqueles que defendam os mesmos valores que nós, desde que ouvidas as decisões dos membros da casa. Preciso deixar claro que estas decisões não representam à voz da presidência, representam à voz de toda uma equipe. Não resta dúvida que o momento é um momento de composição, se a composição for proposta dentro uma coerência, repito, com os nossos valores e sem divergências, acredito que o PSDB poderá levar em consideração o diálogo.

Jornal A Voz da Cidade:

Dentro dos compromissos mantidos pelo PSDB, a candidatura do Sr. Secretário de Agricultura, Indústria e Comércio, Rafael Muzzi de Miranda afetou a estabilidade do partido? Especula-se a recepção do pré-candidato, caso ocorra sua saída do PMDB? Se negativa a resposta o apoio à sua candidatura permanece?

Osório Luís:

Afetar a estabilidade eu já não diria. O que ocorreu foi uma profunda surpresa pelo apontamento do nome, não por não acreditarmos ser o Rafael incapaz para a concorrência, mas porque fora definido previamente que o nome apontado seria baseado numa pesquisa. Talvez pelo excesso de candidatos o prefeito tenha chamado para si a responsabilidade e decidido lançar o nome. O importante é dizer que uma vez apontado não há ressentimentos, vez que sabemos o nome disposto a trabalhar os valores nos quais o nosso partido acredita serem positivos para o município, acima de qualquer outro interesse.

Recepcionar o pré-candidato é uma possibilidade cuja resposta só cabe ser levantada mediante as decisões que o PSDB deliberar em conjunto. Torcemos para que ele saia vitorioso nas disputas pelo PMDB e estamos abertos à possibilidade do seu companheirismo, caso o PSDB seja procurado e assim entender ser o melhor a seguir.

Entrevista: Mário Jorge Assaf


Perfil do Entrevistado:

Filho de Alice Abunahman Assaf e de Mário Simão Assaf, Dr. Mário Jorge dispensa maiores apresentações, pois o sobrenome fala por si e se não bastasse, aos 36 anos torna-se prefeito, adotando o PMDB como mais uma camisa vestida com respeito e paixão.

Ex-aluno da Fundação Anchieta, a atual Fundação Leão XIII, e do Quintino Bocaiúva, onde recebeu a base de formação para o ingresso na vida acadêmica, é formado em medicina pela Faculdade de Teresópolis e concluiu pós-graduação em Saúde Pública, Geriatria e Gerontologia, no Rio de Janeiro.

Trabalhou seis anos como acadêmico e há vinte e oito anos como formado no Hospital Municipal tendo como mestre seu pai, Mário Simão Assaf.

Concorrendo novamente às eleições, este botafoguense entra em campo com vontade e garante que a maturidade política trouxe para as suas pretensões a humildade e a lucidez que o tornam mais apto ao jogo político.

Fundador da Escola de Samba Espere Por Nós e do Bloco dos Presidiários e ex-presidente do São José Atlético Clube, nossa redação recebe com carinho o entrevistado desta edição.

Jornal A Voz da Cidade:

No momento de sua ida ao partido havia um pedido de prévia aprovado, majoritariamente. Com a justificativa de que o estado só admitia a convenção após 5 de outubro, não houve consolidação em detrimento ao prejuízo que poderia causar ao seu requerente. O que tem a dizer se neste caso, o fato acontecesse com sua candidatura? A decisão pela sigla sofreu apoio dos seus dirigentes? A que deve este apoio, já que o partido contava com pelo menos dois nomes para as convenções?

Dr. Mário Jorge:

É um partido de lutas sociais e grandes líderes desde o MDB. Escolhi a sigla por paixão à sua história, e em Cachoeiras seu diretório, sempre muito organizado, refletia o mesmo anseio pelas conquistas sociais. Aceitei o convite do seu presidente num momento em que muitas pessoas me procuravam com a expectativa de me ver candidato. Já pensava em me candidatar e o convite reforçou esta expectativa minha e das pessoas que confiam no meu amadurecimento. Entendo que isso é uma forma de apoio. Meu nome, como o dos demais, seria naquele momento mais uma opção para o quadro de candidatos. Quando lá cheguei fui avisado de que disputaria uma prévia e ao aceitar as normas da casa decidi cumpri-las.

Jornal A Voz da Cidade:

Como sente a recepção dos partidários tendo o Sr. Ari Brum como seu concorrente? Se perder para ele existe a possibilidade de vir como seu vice?

Dr. Mário Jorge:

Não trato o Ari como um rival, somos colegas de partido concorrendo às convenções. Temos respeito mútuo, mas isso não impede que hoje eu e ele sejamos candidatos concorrendo a uma vaga. O PMDB me recebeu com simpatia, me sinto bem tratado e vejo que dentro da disputa para a convenção o clima não traduz nenhuma rivalidade. Na conversa firmada com algumas pessoas, sinto franqueza e consideração e vejo o diretório muito firme. Sobre a vice-candidatura, existem vários nomes, ainda é cedo para definir essas coisas. Também creio que no partido as pessoas devem demonstrar o que desejam. Acho que nenhum candidato deve fechar a possibilidade de escolha do seu diretório.

Jornal A Voz da Cidade:

Quem pretende apresentar como seu vice? Há possibilidade de composição com outros partidos? Quanto aos partidos políticos, já existe a adesão ao seu nome? E a relação com o estado, como a sente já que Ari Brum, o seu concorrente, conta com o apoio de Jorge Picciani e Paulo Mello, líder da bancada na ALERJ?

Dr. Mário Jorge:

Tenho nomes nos três distritos para fechar compromisso no momento certo para isso. Por ora, conversamos muito, ouço o que cada um deles tem a dizer, como e o que pretendem exercer para o papel de vice e quais os caminhos que apontam para a linha do nosso trabalho. Em relação a compor com outros partidos não vejo com resistência esta possibilidade.

Recebi o apoio de alguns partidos que vêem com entusiasmo minha candidatura. Nossa conversa se firma a cada dia, há muito trabalho para se fazer, mas estou motivado. Mesmo com o apoio que Ari mantém no estado, sinto que para as eleições municipais não haverá nos diretórios uma interferência. Creio que o processo democrático será mantido acima de qualquer interesse.

Jornal A Voz da Cidade:

Quanto aos candidatos (a vereadores) que lhe acompanham, o que espera deles se eleitos?

Dr. Mário Jorge:

É muito bom quando o prefeito tem aliados na bancada, mas não me afeta se eu vier a ser prefeito sem maioria no Legislativo. Exercer bem o seu papel é o que eu espero dos vereadores e não uma relação de benevolência que comprometa o dever de cada um.

O PMDB está se fortalecendo e tem uma boa nominata

Jornal A Voz da Cidade:

Cica Machado teve como escola a vice-prefeitura na vigência do seu governo. Que opinião sustenta sobre a administração Cica?

Dr. Mário Jorge:

Pelos recursos que, hoje, fazem parte da administração, valores com um montante acima do que todos os prefeitos passados tiveram, fez menos do que poderia ter feito. Na época que administrei tive que fazer malabarismo para sanear todas as obrigações da minha gestão. Tive que equacionar com o pouco que tinha para poder dar conta do que era essencial. Muitos não compreendem que administrei pagando contas resultantes dos mandatos anteriores e é muito difícil dar andamento à gestão tendo que equilibrar o orçamento com dívidas remanescentes. Tive problemas com royalties, herdei dívidas, pendência na folha de pagamento e, à época, os recursos que vinham para Cachoeiras eram mais limitados. Neste sentido, Cica recebeu uma administração muito mais enxuta e com recursos viáveis para a distribuição das obrigações.

Jornal A Voz da Cidade:

Se eleito pretende realizar audiências públicas, conforme exigido pela LRF?

Dr. Mário Jorge:

O município tem prefeito, não tem ditador. Se está na Lei, cumpra-se. Não vejo por que não trabalhar com transparência e usar a oportunidade de ter o cidadão como parceiro da administração. As audiências públicas são veículos diretos do exercício da cidadania, um avanço do direito social que pode ser muito útil para quem administra. Não vejo por que não realizá-las, seria negar-me a oportunidade de saber do cachoeirense se estou empregando o dinheiro público conforme a sua real necessidade.

Jornal A Voz da Cidade:

Quanto aos concursos públicos pretende realizá-los?

Dr. Mário Jorge:

Num primeiro momento, é necessário uma análise bem específica sobre a capacidade de realizar o concurso de acordo com o orçamento que teremos em mãos. Não adianta prometer o concurso se a folha de pagamento não comportar a demanda dos seus empregados. Mas já pensando nesta questão, acredito que o critério de admissão deve dar oportunidades justas para todos e ao mesmo tempo critérios de qualidade para o ingresso dos concursados na administração. Um curso de preparação para quem deseja participar do concurso resolve o critério de admissão e propicia que a administração aproveite o número necessário de pessoas para a ocupação dos cargos públicos, sem excluir as chances dos concorrentes.

Jornal A Voz da Cidade:

Qual será a sua relação com as cooperativas de emprego e de transporte?

Dr. Mário Jorge:

De fiscalização ostensiva. Em relação às cooperativas de emprego viso adoção dos contratos de trabalho por tempo determinado, com carteira assinada para garantir os direitos trabalhistas, e enviarei um projeto de lei para o Legislativo, no intuito da aprovação do projeto. Sendo o trabalho um direito social, não posso, dentro do que compete à administração, deixar que a empresa pública transgrida este direito. A regulamentação está na lei, que seja cumprida. Quanto às empresas privadas, compete a nós fiscaliza-las. É o que faremos. Em relação ao transporte, a fiscalização também será incidente. A lei que a regulamenta já existe e não creio que devemos mudá-la, e sim fazê-la cumprir.

Jornal A Voz da Cidade:

Sobre transporte, saúde e licitação, o que tem a dizer?

Dr. Mário Jorge:

Transporte: Compete ao governo agir para que a empresa pública cumpra a sua função social. Não é próprio do setor o lucro e sim a função de prestar o serviço com eficiência.

Quem está deficitário deverá adequar seus serviços e como dever da administração a correção será necessária.

Licitação: Não há muito o que dizer, o processo deve ser transparente, com uma concorrência leal visando à administração o melhor preço. Que seja cumprido desta forma e possa a transparência até dar margem à credibilidade necessária sobre a relação da prefeitura com as empresas privadas.

Saúde: A gestão tem que ser repartida com um profissional que vive o dia a dia do setor. A saúde é uma área, cuja realidade nacional é bastante deficiente. É claro que os municípios sentem os reflexos, ainda há muito por se fazer. Atuo como médico e constato que os principais problemas da área não estão sob controle. Não adianta ampliarmos muitos postos de saúde, por exemplo, se deixam de cumprir bem sua função por deficiência do sistema de saúde, por falta de profissionais ou por ausência de programas que lidem com a prevenção ao invés da medicina curativa. Para a saúde ir bem é necessário que todo o resto esteja em equilíbrio. Isso é uma realidade brasileira. Mas devo admitir que nem todas as coisas feitas visando melhoria do setor geram resultados imediatos.

Jornal A Voz da Cidade:

Existe um projeto apresentável para a sua campanha política?

Dr. Mário Jorge:

Estou traçando uma linha básica para o que possamos realizar no programa de governo. O diálogo que mantenho com a população de todo o município mapeará o direcionamento das verbas públicas, com muita coerência e muita análise. Nomearemos as prioridades, de acordo com a realidade em que se encontra o município e estamos a cada dia dando andamento a essa programação. Não fará parte dos projetos metas inviáveis com a realidade orçamentária ou as que possam desperdiçar os recursos. Vou manter o que já existe, positivamente, nos diversos setores com o aprimoramento contínuo. Ampliar certos setores sem dar conta da qualidade é algo que não faremos. Nossa preocupação será elevar a qualidade dos serviços já prestados e traçar metas para sanear, ao máximo possível, as causas que culminam num serviço deficitário.

Jornal AS Voz da cidade:

Dr. Mário Jorge, quais são as suas considerações finais?

Dr. Mário Jorge:

Fui prefeito de 1993 a 1996 num período muito conturbado na história econômica do país, em função da adoção da URV e das mudanças da moeda e implantação do Plano Real. Aprendi muito na adversidade, que o homem cresce. Como todo administrador, cometi erros, e tenho certeza, muito mais acertos. Tenho humildade para reconhecer esses erros e inteligência para não repeti-los. O tempo me deu serenidade e experiência para ver melhor a administração pública. Não perdi meus ideais de ter uma Cachoeiras melhor, mais justa com um desenvolvimento financeiro que pudesse deixar como herança social para as gerações futuras

Entrevista: Ary Ribeiro Brum


Perfil do entrevistado:

Filho de criação de Amador Aguiar, dono do banco Bradesco, após sua morte decidiu ingressar na vida política recebendo a votação que culminou em seu mandato como deputado estadual, em 1994. Em dois anos de exercício, presidiu na Assembléia Legislativa do Estado, a Comissão de Indústria e Comércio, onde foi responsável pelo impedimento da venda da CEDAE, ainda naquele ano. Seu papel inaugural como deputado foi avaliar a venda da estatal, e por verificar que o empreendimento possuía irregularidades, impediu a venda ao emitir parecer negativo. Corajoso e polêmico, seu gesto culminou na cassação de um deputado, destacando-o na arena parlamentar como um representante capaz de enfrentar a classe e os interesses desviantes da função.

Responsável pela instalação da Schincariol em solo cachoeirense, Ary Brum foi o criador do projeto específico, articulou entre os deputados o apoio à vinda do Grupo. Com o projeto aprovado pela ALERJ, a cidade foi contemplada com a chegada da cervejaria.

Candidato a prefeito, promete administrar com o Governo do Estado superando as dificuldades de cada distrito, e desmitificando a idéia de separação entre o Centro e o 2º Distrito. Nosso entrevistado de hoje é Ary Ribeiro Brum, este morador de Papucaia que recebeu, recentemente, da Câmara Municipal o título de honra ao mérito por todos os feitos desempenhados em nome da comunidade cachoeirense .

Jornal A Voz da Cidade: Sr. Ary Brum, na última segunda-feira o Sr. comunicou a candidatura para as eleições 2008. Por que ser prefeito de Cachoeiras de Macacu, que projetos têm em vista e para quais setores eles se dirigem?

Ary Brum: Por ser morador e gostar da cidade tenho condições, como homem público, de impulsionar o município para o crescimento. Meus projetos visam emprego, educação, recursos e investimentos. Para gerar empregos a idéia é incentivar as micro e médias empresas, e para tal, teríamos que revisar a carga tributária de acordo com a autonomia que o município tem para legislar sobre a redução ou a isenção dos impostos. Quando criei o projeto que permitia a vinda da Schincariol, constava no papel a isenção mediante aproveitamento da mão-de-obra exclusivamente cachoeirense. Cabia àquela administração fazer cumprir este item, além de criar a possibilidade de aprimoramento da mão-de-obra local. Através da educação viria tal possibilidade se fosse investido aqui a implantação de uma faculdade, por exemplo, ou de cursos profissionalizantes. Para a educação, a valorização dos professores através do aumento de salário, juntamente com a investidura em qualidade e reciclagem de conteúdo da formação educacional seria uma das metas. E devido à instalação do pólo petroquímico, a cidade tem que se preparar para os setores de segurança pública, saúde e meio ambiente através de políticas de proteção. Certamente visando os desgastes futuros que o crescimento decorrente do pólo irá acarretar, criarei projetos voltados também para estes setores. Daí a importância da parceria em continuidade com o Governo do Estado.

Jornal A Voz da Cidade: Quanto à sua candidatura, há a possibilidade de compor com pessoas da atual administração? Que crítica faz de si mesmo por ter renunciado em eleições pretéritas para apoiar a candidatura do prefeito Cica Machado?

Ary Brum: Costumo dizer que só Deus e o trabalho produzem riqueza. Quero Cachoeiras rica, mas através do trabalho, então aquele que estiver disposto a trabalhar e seguir a orientação do Executivo para somar comigo, não vejo porque não aproveitá-lo. Quanto à minha renúncia, segui a orientação do meu partido que a pedido do Governador me dizia não ser a hora de eu me lançar. Peço desculpas ao cachoeirense que contava comigo na administração, mas precisei cumprir orientações dos meus líderes partidários. Mesmo tendo renunciado ajudei a cidade indiretamente vertendo na ALERJ os recursos que podia trazer para Cachoeiras. Acumulei conhecimento, capacidade e preparo para aplicar aqui, se acaso eleito.

Jornal A Voz da Cidade: Sua candidatura recebe apoio do Governo Estadual? Em relação aos candidatos, como vê a capacidade de cada um para administrar Cachoeiras? Onde está o diferencial em relação à sua candidatura?

Ary Brum: Primeiramente gostaria muito de receber o apoio do meu partido, o PMDB, posteriormente, se eu puder contar com o apoio do Executivo, cujo prefeito é meu colega de partido, será ótimo e por fim, quanto ao Governo do Estado o apoio já está lançado devido à parceria que temos desde que o Sérgio Cabral e eu trabalhamos juntos como deputados, algo que permanece devido à minha assessoria no Governo Estadual.

Cada um dos candidatos que declarou até agora a sua candidatura tem capacidade para concorrer devido à experiência que acumularam ao participarem da administração. O pleito é democrático, mas vejo mais preparo naqueles que já exerceram algum mandato. Quanto ao diferencial da minha candidatura, sem pretensões, creio eu estar no fato de que além da capacidade possuo o preparo que a experiência acumulada no Estado me proporcionou. Devo a ela uma rede de relações capaz de fixar em Cachoeiras uma parceria promissora com o Governo do Estado, além de emendas e projetos que integrem a cidade no caminho do desenvolvimento. Amigos como Picciani, presidente da Assembléia Legislativa e outros parlamentares, poderão auxiliar o município no tocante às políticas que possam ser direcionadas.

Jornal A Voz da Cidade: É certo que o Executivo precisa manter com o Legislativo, boas relações para que alguns projetos sejam aprovados e as políticas efetivadas, porém a independência deve permanecer para que o livre exercício dos poderes flua. Neste sentido, qual é o ideal de Legislativo que o Sr. como candidato a prefeito aspira?

Ary Brum: Não vejo porque haver intrigas entre o prefeito e os vereadores. As más relações só acontecem se ambos os lados mantiverem interesses alheios aos anseios da comunidade, porque se o prefeito andar correto, por que haver divergências? Claro, cada Poder tem um modo específico de direcionar seus interesses, mas se o prefeito der aos vereadores a tarefa de apreciar e fiscalizar projetos para benefício popular, não só prefeito, mas o Legislativo estará cumprindo sua função e ambos, mutuamente, o melhor para cada comunidade. Então, idealizo um Legislativo firme, ativo e competente, que na hora de exercer sua função suje os sapatos na lama para fiscalizar, uma obra desde o papel à sua execução no canteiro de obras.

Jornal A voz da Cidade: Há pelo menos uma década, não vejo nenhuma administração cumprir processos licitatórios de forma aberta e transparente, conforme determina a lei. A concorrência, sempre velada, finda em resultados previsíveis e caros aos cofres públicos. O que o Sr. faria para modificar esta situação?

Ary Brum: A implantação do pregão eletrônico, algo que o estado realiza com sucesso e cuja projeção permite a qualquer cidadão a participação. Não demanda gastos, apenas vontade, e obriga a fiscalização tanto por parte do vereador quanto do eleitor que confiou o voto ao seu representante.

Jornal A Voz da Cidade: Seu Ary, obrigada por nos conceder a entrevista. Gostaria de dizer algo mais aos nossos leitores e eleitores?

Ary Brum: Sim. Reforço minhas desculpas aos eleitores que contavam comigo nas eleições anteriores. Sou um homem de honrar os meus compromissos e naquela ocasião o Governador do Estado contava com meu trabalho fora da administração municipal. Desejo concorrer e se tiver o apoio do meu partido nas convenções, garanto que hoje minha candidatura também se fortalecerá através do apoio dos meus colegas no estado, inclusive do governador Sérgio Cabral. Agradeço a oportunidade de mostrar ao povo cachoeirense quais são as minhas pretensões e o que desejo realizar pela cidade, se eu tiver a chance de administrar Cachoeiras. O primeiro passo é esperar o resultado das convenções.

Entrevista: Deborah Col Costa (Artista plástica)


Perfil do entrevistado:

Formada pela Escola de Belas Artes do Estado do Rio de Janeiro, Deborah também freqüentou a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, a Faculdade de Arquitetura Benett, realizou trabalhos no ateliê de artistas consagrados como Ana Bella Geyger, Januário Garcia e desenvolveu além da pintura outras técnicas como fotogravura, gravura em metal e escultura viabilizando uma multiplicidade de linguagem que, a priori, fazem de Deborah Col Costa uma artista cujo talento transita sobre as mais variadas formas de expressão.

Há quinze anos adotou Cachoeiras de Macacu como um refúgio que segundo ela, permitiu explorar o lado expressionista incorporado à sua pintura, mas o que resume como contribuição de maior grandeza foi o fato de a cidade lhe proporcionar o grande encontro com o sagrado, acontecimento marcante para a sua trajetória de vida e resultante numa fase em que o eco da natureza ganha maior expressão na essência de suas telas.

Pessoa de muita crença na nobreza da alma humana, Deborah é um desses raros artistas que ainda aposta na virtude e no belo enquanto dons que Deus permitiu ao homem, além de contemplá-los tenta reter, na tinta, a comoção proveniente do seu agudo foco, e como se pudesse multiplicar a sintonia com a evolução das coisas suas obras passam adiante a influencia movida pela fé na criação. Não, não a creiam barroca, a idéia é outra e suas artérias estão além das paredes dos rótulos.

Jornal A Voz da Cidade: Deborah é um prazer tê-la conosco. “O Divino em nós” é uma série de trabalhos que resultou na exposição que foi à mostra no Espaço Livre (Centro de Arte e Cultura) de Cachoeiras de Macacu. Fale-nos um pouco sobre este trabalho.

Deborah Col Costa:

Tudo é subsídio para viver em arte se você vê pelos olhos da arte, alguém sempre nos mostra algo que pode ser transformado. Uma vez uma menina me ensinou a fazer esses apliques que costumo fazer em roupas e que acabou se transformando em matéria-prima para este trabalho. Os estandartes vieram através de um sonho que tive na primeira noite que passei no hospital com meu filho. Dei-me conta de que sabia bordar e lá bordei aquelas imagens vistas no meu sonho, enquanto eu me vi mãe mentalizando a recuperação do meu filho. Como bordar me ajudou a superar aquela dor! Este trabalho resultou de algo que um dia uma menina me ensinou há alguns anos e que possibilitou a transformação das imagens oníricas em estandartes. O olhar de arte a que me refiro permitiu dar expressão e leveza àquele momento tão delicado, assim aproveitei o bordado como sustentação do “Divino em nós” e porque não da fé na vida durante aquele momento tão difícil.

Jornal A voz da Cidade: Em dado momento conceituais debatiam que a arte só cumpria uma função se engajada em algum contexto, enquanto outros defendiam o oposto, a arte só cumpre sua função enquanto não contextualizada. Como a artista Deborah lida com esta questão?

Deborah Col Costa:

Não tenho o compromisso de fazer algo “certinho” para esta ou aquela pessoa, me comprometo com o que vejo, com meu próprio trabalho e comigo. A expressão é livre. Quando você não tem compromisso você exercita a finalidade de viver com arte. O engajamento que entendo traduz o que é político e é aí, creio, que reside a dificuldade: como fazer arte sem ser panfletário quando a expressão é livre, mesmo que o que se comunica denuncie algo, por exemplo? Este limiar é muito tênue, como saber? Se você está vivenciando o que expressa, mesmo não engajado politicamente você se encontra engajado, mas se você não vivencia, onde está o engajamento por mais que se afirme engajado? É tudo muito paradoxal. Se me permito ousar, há alguns anos atingi este objetivo numa série de trabalhos reunida no Espaço Cultural Sergio Porto na exposição intitulada “os homens do poder”. Apesar de retratar o universo político os trabalhos não refletiam algo panfletário. Mas confesso, é muito difícil, senão raro isentar a arte do engajamento, que neste sentido compreendo político.

Jornal A Voz da Cidade:

Freqüentando casas de exposições renomadas como o Museu de Arte Moderna, o Espaço Cultural Sergio Porto, Casa de Cultura Laura Alvim, Espaço Cultural da Petrobras, Galeria Candido Mendes, como encara o fato de que nestes quinze anos de residência a cidade ainda não tenha reconhecido o devido valor histórico do seu trabalho ao ponto de consolidar uma exposição exclusiva da artista Deborah?

Deborah Col Costa:

Preciso fazer uma ressalva: o não reconhecimento não é das pessoas, inclusive na Secretaria de Cultura o pessoal incentiva o meu trabalho, mas eles não têm autonomia para realizar algo no sentido de consolidar algum apoio. O cachoeirense me reconhece, o poder, na realidade é que não dá oportunidade a ninguém. Fiz apenas duas exposições em Cachoeiras apoiada pela iniciativa privada. Uma no Hotel Fazenda Recanto das Águas e “O Divino em nós”, acolhida com carinho pelo pessoal do Espaço Livre. No mais, até os projetos que apresentei, voluntariamente, sem ônus ao governo municipal foram rejeitados por não haver interesse na realização. Fiquei frustrada, mas enfim, creio que isso seja um produto cultural que não vê na arte a sua relevância. É lamentável, mas é a realidade que nos cerca. Por isso fui à luta e tenho recebido de prefeituras como Nova Friburgo, Paraty, Macaé o abraço reconfortante de um espaço público. Lamento também por tantos outros que como eu só recebe das pessoas o carinho devido, mas não do poder, necessariamente. Ainda exponho na cidade porque gosto muito daqui, mas não espero dos políticos o apoio necessário para desenvolver um trabalho.

Com a inauguração do Centro Cultural acho que a coisa tende a mudar e quem sabe não apareça oportunidade para todos os artistas e artesãos.

Jornal A voz da Cidade:

Burle Marx, que projetou o paisagismo do Aterro do Flamengo com Lotta de Macedo foi um grande admirador da sua obra, conhecendo uma fase outra do seu trabalho. O que ficou daquela fase da artista Deborah?

Deborah Col Costa:

Ele conheceu uma fase em que meu trabalho era muito mais critico, no sentido de que eu denunciava o feio e o que me incomodava. Naquele momento ele viu minhas telas e perguntou à curadora “quem é ele”. Quer dizer, ele identificou uma força masculina que é presente no meu traço. Mas não ficou nada daquela fase além do expressionismo, exceto a força masculina das minhas pinceladas, porque continuo pegando o pincel como se fosse um florete, uma espada ou um punhal. Ainda naquele período me dei conta de que deflagrar o que me agredia, na verdade, abastecia aquele universo e resultava em telas que eu não queria em minhas paredes. Então resolvi me desligar dessa sintonia e redirecionar minha sensibilidade. Radicalmente saí do universo urbano e recebi das matas o abraço sublime que me permitiu um grande encontro comigo mesmo, com a nova fase da minha pintura e com Deus. Aqui minhas telas ganharam uma força suprema cada vez que a natureza surgia dos pincéis. Assim incorporei o paisagismo que, lamentavelmente, Burle Marx não teve tempo hábil de conhecer em meu trabalho.

Jornal A Voz da Cidade: O que foi elementar para a sua saída de Cachoeiras de Macacu?

Deborah Col Costa:

Além de precisar dar visualidade à minha arte, pois por alguns fatores já até mencionados, aqui não obtive apoio para me manter com o meu trabalho, a ausência de luz foi elementar e a degradação ambiental, o que me chocou bastante. Em minha casa no meio da mata não tenho luz. Até certo ponto isso me permitia maior simbiose com a natureza. Procurava pintar nos horários em que podia captar a luz ambiente, alimentava os pássaros de manhã e enquanto eles faziam sua algazarra eu desenhava ali com eles, nossa integração era plena, me sentia plena. Depois comecei a ver que alguns pontos inexplorados da mata já apresentavam sinais de violação e dias antes de me mudar chorei muito ao ver que alguns dos “meus pássaros” estavam mutilados. Alguém tentou captura-los e para se livrarem acabaram se machucando gravemente. Isso me feriu profundamente, chorei bastante. Por fim, quando solicitei a luz para a minha casa, ao me dirigir à CERCI seu novo dirigente me respondeu com as seguintes palavras: “pelo o que você está me dizendo, eu vou te dizer qual é a realidade, o Governo Federal diz que o programa é LUZ PARA TODOS, mas o governo federal dá dez por cento, o governo estadual dá trinta e cinco por cento e os outros cinqüenta e cinco por cento nós da CERCI que temos que proporcionar através dos associados e para proporcionar cinqüenta e cinco sabe quando levaremos luz para você e apenas três ou quatro residências, nunca”. Fiquei decepcionada porque da luz dependia o meu trabalho, eu não tinha condições de ficar pintando à luz de lamparinas. Lembro que respondi, “então eu vou voar daqui, até no Xingu o índio tem luz”. Isso foi o estopim. E saí mesmo, apesar de amar muito esta cidade porque o meu trabalho carece de um suporte, ainda que mínimo, para que eu produza.

Jornal A Voz da Cidade:

Para finalizar, fale sobre projetos futuros, quem é Deborah por ela mesma e sob seu foco, qual é o papel da arte?

Deborah Col Costa:

O projeto é sair por ai e angariar subsídios para os meus trabalhos, além de expor. Em Macaé acontecerá a exposição intitulada “A Criação” onde apresentarei as pinturas, os panos e outras derivações. E procurar viver sempre o lado mais bacana de tudo, pois tudo tem o seu encanto.

Eu por mim mesmo: sou alguém que deseja continuar pintando, tentando viver em arte, sempre me emocionando porque procuro buscar o lado espirituoso das coisas.

O papel da arte: é romper fronteiras e deslocar o artista para outras dimensões. É estar à margem da mesmice, dos laços, do que é certinho, modelar. É liberdade no sentido mais puro da palavra porque seu papel pode mudar tudo, derrubar conceitos, inovar, acrescentar perspectivas até então inexistentes. Se é que posso exemplificar, Oscar Niemayer ilustra isso muito bem. É muito difícil viver em arte, mas é um modo de vida do qual eu não abro mão.

Jornal A Voz da Cidade:

Deborah, muito obrigada por nos proporcionar esse bate papo maravilhoso. Desejamos que o teu trabalho atinja o máximo de expectadores e assim semeie essa luz radiante sempre presente no teu belo ser. Bela irmã, sucesso!

Diploma de jornalismo

Há algumas semanas a Assembléia Legislativa do Estado recolocou em discussão a necessidade do diploma de jornalismo como requisito para o exercício da profissão. Na pauta, os argumentos tendiam contra o pronunciamento do STF que votou favorável àqueles profissionais que não possuem o curso de graduação.

Segundo o entendimento do Supremo, o jornalismo no Brasil vem sendo exercido, tradicionalmente, por aqueles que ingressaram na profissão em períodos ainda remotos à criação dos cursos no país. Por se tratar de uma cadeira relativamente recente, incorporar na imprensa apenas os profissionais diplomados, criaria uma relação instável em relação a todas as categorias incorporadas pelo jornalismo e desnivelaria a atividade dos profissionais que têm, por lei, a profissão reconhecida através do registro junto a um órgão oficial.

Quem exerce o jornalismo sem possuir graduação, como é o caso de muitos inseridos na área, se fossem considerados como inaptos ao exercício regular, isto criaria uma distorção dos direitos já instituídos, além de tornar inviável ao juízo da Corte estabelecer a coerência jurídica dos aspectos fundados pelo reconhecimento. Muito abrangente, a atividade absorve fotógrafos, publicitários, comunicadores, radialistas, cartunistas, locutores, chargistas, entre outras categorias.

Em função unicamente do diploma, seria difícil relativizar os papéis prestados pelos diferentes segmentos e criar parâmetros jurídicos que incorporassem cada uma das atribuições, porque demandaria a fragmentação das leis para regulamentar de modo específico o que o diploma de jornalismo, por si só, não comportaria quanto a cada especialista e a sua função específica.

Muitos dos que já atuam na área, são inscritos no Ministério do Trabalho, e a inscrição concede aos titulares o direito reconhecido para o exercício da atividade, sem segregar os não diplomados em relação a quem já possui o diploma. A lei não estabelece a diferença e nomeia apto aquele que portar o registro.

A decisão proferida em último grau, ainda permite que as pessoas que exercem o jornalismo sem o devido registro no Ministério do Trabalho, não sejam taxadas pela prática ilegal da atividade, porque a decisão do Supremo comporta a flexibilidade constitucional dos registros concedidos, mediante a prova de prestação da função, por determinado período de tempo, desde que a contribuição à atividade tenha um papel relevante para a sua manutenção.

Não há que se falar, portanto, que o profissional não diplomado cria insegurança ao mundo jornalístico porque não possui aporte técnico e treinamento específico.

As motivações da guerra promovida pelo governo Bush contra o Oriente Médio, numa suposta Guerra Biológica foram mentiras, produzidas pela Casa Branca e o primeiro-ministro britânico, Toni Blair e saturadas no meio jornalístico como verdade consolidada. Nunca, de forma tão grave, faltou aos jornalistas o comprometimento com a apuração dos fatos. Portanto, a inépcia dos diplomados e não diplomados, se concentra numa crise de valores enfrentada pelas sociedades modernas, onde responsáveis pelo corrompimento da notícia são todos aqueles que agem com desrespeito à ética e à verdade dos fatos.

Não é verdade que os jornalistas consagrados pela tradição, por não terem um diploma depreciem a notícia. Rememorando a história do jornalismo brasileiro, nenhuma escola deu ao senhor Roberto Marinho, por exemplo, a alforria para que prestasse relevante papel ao meio.

A escola das personalidades que escreveram esta página da nossa história, não se resume às exigências de um mercado cada vez menos qualificado, e que segue seus rumos indiferente aos valores firmados por aqueles que ainda criam que a notícia comprometida com a ética promovia o estímulo necessário às grandes transformações. O Pasquim é prova cabal de que a melhor escola se estabeleceu sob insígnias de uma qualidade não diplomada.

Há que se reconhecer que nenhum diploma mede a capacidade e nem mesmo estampa à profissão, a segurança esmerada pelo o que se busca.