Findo o prazo para as convenções, o resultado mais benéfico foi conhecer com que cara se travestem os homens que se pretendem a esperança de renovação.

Infiltrados nos partidos, sufocaram o espírito democrático aos velhos moldes da Ditadura, e atentando contra a liberdade de escolha, substituíram a prática da tortura por uma forma silenciosa de coação, consignada entre muitos para estrangular manifestação contrária.

Conhecemos isto – este “cálice! de vinho tinto de sangue”. Nas bocas que propagavam nova ordem, ao ensaiarem um apelo ético, na tentativa de expulsar não o mal, mas suas próprias intolerâncias, não admitiram o consilium que fraudava a ética: por força da resistência foram deflagrados.

Se pretender a esperança e apregoar a renovação, não permite o conluio espúrio em confrarias maliciosas e autoritárias. Não fosse a democracia – pedra em seus sapatos - seriam eliminados todos os que pleiteiam outro verbo, a direção oposta, e o poder contrário a este alimentado com ódios, conspirações e tramas.

Independente dos resultados, já se via cair por terra um exército sem comando.

E agora, com que caras defenderão seus adeptos? Como negar que seus princípios não solaparam ataques exagerados e perversos? O que dirão se perguntados sobre o porquê de incontroláveis exclamações de fúria, quando alguém simplesmente rebatia contra o arbítrio imposto pelas suas vontades?

O bom governo depende da virtude dos bons governantes e não se prova virtuoso quem leva ao descrédito a liberdade de direito e de fato.

Para inovar é preciso coragem, não a arma em punho; distinguir a hora de rever conceitos e de estimular novas concepções; ser fiel aos bons princípios, saber identificá-los onde quer que se encontrem e, sobretudo, defendê-los numa esfera cívica acima da transitoriedade política e leviana.

É necessário que se recuse a prática da dominação, para se afirmar esperança. O novo não surge do ataque comum a uma ordem vigente, ser oposição exige o exercício de idéias que aprimorem o homem no caráter e no conseqüente poder de estancar o sangue das instituições, estando dentro ou fora delas.

“Os transformadores sabem que navegam sem mapas, campeando justiça e a emancipação dos homens”, já dizia Marilena, mas convém acrescentar que transformar a ordem tentando influir no resultado é passível de um sopapo muito maior do que simplesmente sair derrotado.

“Quem tem moral que mude de legenda” – não era este o critério adotado por muitos? E agora, como resolver o dilema nascido da vossa intolerância?

Saudações... partidárias e cartesianas!

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