Política e liderança sempre se entrelaçaram, embora versem sobre coisas distintas. Mesmo nas religiões, conseguir desatá-las requer habilidade, já que a primeira comporta, desde os tempos remotos, representantes do “santo oficio”, suas decisões ou o cômputo dos seus rebanhos. A história está ladeada de fatos que remontam à força das monarquias episcopais enquanto os reis eram subjugados aos “apelos divinos”.
Para dotar a política moderna das necessárias isenções, a ela só competem as questões do Estado laico, não do religioso: seria impossível aos agentes gerir matéria de interesse público, se encontrassem impedimentos aos olhos da moral religiosa, seja qual for o seu líder ou segmento.
Eliminado este primeiro estágio, o tema encontra no cerne outra questão muito delicada: nem todas as lideranças eleitas para as representações democráticas, têm como objeto do ofício, a política, então considerada a premissa do bem comum para a gestão das instituições estatais.
A diversidade de direitos consagra para a concorrência as pessoas bem intencionadas, assim como as desprovidas de capacidade, com acentuados interesses egoístas, cujas intervenções nada acrescentam aos Poderes senão o abandono das causas coletivas.
Embora se aproveitem de um processo de alienação, também histórico, e não se enquadrem propriamente num perfil de liderança, alguns candidatos, ingressam no poder. - Por quê? - nos perguntamos. Isentas as explicações sociológicas, o que não se deve refutar é o fato de que atualmente várias técnicas ajudam a eleger maus políticos e a robustecer o meio com visíveis oportunistas.
Deste modo, o contorno de idéias afetivas, que projetam a dimensão de um pseudo-líder em defesa dos valores sociais, é manipulada de acordo com a conveniência, sendo mais massificada durante os períodos eleitorais.
Além do marketing, da mídia, e da imprensa, duplamente o fator econômico interfere na simpatia ou aversão à imagem de um candidato: primeiramente, para o custeio da imagem e por último, como fonte de manipulação do voto para aqueles que vendem suas lideranças aos infortúnios financeiros das massas.
A ambigüidade dessas representações consiste no seguinte fato: por mais que se esforcem para criar uma imagem pública aliada à ética e aos anseios difusos, sobre tais bancadas não se assenta o respeito, mas a dependência de seguidores que carecem do mero quinhão, para fingirem-se cegos diante da demagogia e da falta de credibilidade.
Para ser um bom político, não basta ser líder.
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