O PMDB e as convenções de 2009


Considerando as convenções municipais para a eleição da executiva do Partido do Movimento Democrático Brasileiro – Cachoeiras de Macacu, urge a expectativa justa de que a oportunidade lance sobre a escolha, novas bases, alusivas à representação ética, límpida e outorgada sem a interferência dos meios espúrios que macularam a sigla durante as coligações pretéritas, para a escolha dos candidatos.

Considerando ainda o papel central do PMDB na luta pelo restabelecimento das liberdades, da democracia e das eleições diretas para todos os níveis de representação, inclusive, partidária, ovaciono a memória dos nomes que lançaram, sobre a agremiação a dignidade de uma gente pouco apática diante das adversidades e bastante empenhada em sacudir da nossa bandeira o P da pobreza moral, o M da má política, o D da ditadura e demagogia, mas conservada a consoante que empresta ao dever o B da boa vontade que conduz, honestamente, aquilo o que serve ao bem comum.

Na atualidade, embora nos faltem pessoas com a mesma envergadura ergo sobre as nossas cabeças a trajetória do Senador Pedro Simon e é com ela que também afirmo que o PMDB não pode se transformar num partido sem alma, afeito ao fisiologismo, trocando sua grandiosa história por uma posição subalterna.

Formados por homens livres, com afinidades estreitadas e valores harmônicos e éticos, os partidos concebem suas lideranças mediante o debate, a abertura de idéias, o avanço das decisões e a busca das metas, dignamente expressas sobre padrões respeitáveis.

É um processo conjunto, que garante para a democracia um lugar pleno. Assim se constrói ou deveria se construir um partido político. Mas tem sido assim? Sob quais fatores têm pendido as decisões dos comandos? É prospero aliar política à consumação de propinas, de vinganças, de ganâncias, e de humanidades que impedem a finalidade da agremiação?

Neste domingo a convenção segue pouco focada no debate e na reflexão. Nenhum resultado, em tese, poderá ser considerado legítimo se apadrinhado pelo seu silêncio ou omissão.

As cartas já estão lançadas, mas faço uso das sábias palavras do Senador Pedro Simon, o último representante vivo de uma geração de homens que dão ao fazer político um caráter quase perfeito. Espero com elas estimular o dever de consciência:

Esse é um grande partido, que tem história, que tem vida, que tem nome. Esse partido não pode ficar agora só com a biografia. Não pode ficar esperando quem paga mais, com a interrogação nas manchetes: Para que lado vai o PMDB? Se pudéssemos trazer aqui essa gente para dizer o que pensa e o que sente, o que diriam desse comando nosso? Chega de trocar idéias por cargos.
Mas, infelizmente, nós temos entre as lideranças, pessoas que não têm o amor pelo PMDB, que não têm a nossa história, não têm a nossa biografia. Eu sei que as posições que adoto, inclusive essa de cobrar internamente, dentro do PMDB, me deixa muitas vezes isolado. Não tem importância. Eu faço a minha parte.”

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