Neste próximo domingo escolheremos o Presidente da República. Muitos indecisos e outros convictos aguardam como expectadores ansiosos o resultado das urnas.
Pela primeira vez na política temos concorrência equilibrada: de um lado o típico representante da direita brasileira, proveniente das crias universitárias e do universo dominante das elites e classes médicas e do outro, o proletário pós-moderno que atingiu a vitória presidencial em experiência sui generis no país.
A sociedade brasileira, acostumada ao preconceito e aos desmandos da classe abastada, não vê com bons olhos a reeleição de Lula. Sua decepção é típica das frustrações em torno da expectativa gerada pelo compromisso assumido por um líder popular, saído do universo humilde e inafortunado que faz parte da maioria dos brasileiros.
Crentes que com a administração de Lula o país dispararia reformas mais profundas - talvez até utópicas, onde nelas fossem viáveis a igualdade e a distribuição de renda - ficamos desiludidos quando vimos o Brasil caminhar a passos lentos e os partidários do Governo envolvidos em escândalos que associavam o PT em sujeiras tão típicas daqueles partidos que já estão acostumados a eleger presidentes como FHC, Fernando Collor e Itamar Franco.
Ora, estarão se perguntando por que um homem do povo não foi capaz de impedir tanta sujeira quando chegou ao poder? O Alckimim impediria? Se tem algo que devo fazer jus ao Governo Lula foi ao modo como deixou transparente ao país o lodo que escorre nos anais da República. O Senado Federal, a Câmara dos Deputados e as Assembléias estão abarrotadas de porcos e a pocilga se espalha por onde eles passam. Até então, nenhum Presidente deu transparência aos fatos, e nenhum outro permitiu que as investigações sangrassem o pus dessa gente. Nossos abutres eram, até então, encobertos pelo manto de interesses e chantagens das elites. Elites essas que menosprezam os pobres e cerciam direitos como trabalho e educação, para depois apregoarem um discurso preconceituoso de que quem não tem estudo não é capaz de gerir um país.
As perguntas devem ser feitas e as cogitações não devem urgir sobre o que sempre determinam as elites. Diplomado ou não, qual será o candidato capaz de avaliar o nosso sofrimento como povo, qual deles compatibilizará justiça com eficácia, liberdade com ordem, harmonia social com democracia, decisão política com reflexão social?
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