Panorama político


O momento pré-eleitoral traz consigo a exigência de estratégias afiadas para o podium das disputas. Em Cachoeiras de Macacu ainda é cedo para se definir por candidato A ou B, no entanto, em tempo para estabelecer critérios muito bem alinhavados de concorrência, pois o cronômetro avança enquanto a reforma política afetou, principalmente, aqueles adeptos da dança das cadeiras e os partidos ditos de menor potencial legendário.

Ouço, com muita expectativa, as apostas em nomes até então não cogitados. Tanto para o Executivo quanto para o Legislativo despontam figuras cercadas de alguma “voluntariedade” aspirando algo novo e pouco convencional, como se se restassem cansados da velha máscara do poder reinante.

Críticas a parte, o que parece revitalizante é esta sede de mudança acompanhada de um certo “ideal” compreendido pela mobilidade que ocorre de tempos em tempos, sem que seja necessária uma análise muito aprofundada para entendê-la - e que Platão me desculpe!

Os jovens não parecem tão críticos quanto seus pais, mas parecem bastante mobilizados para que ocorra a transição entre um engravatado e outro. Não há nenhum fenômeno nisto, o que ocorre é que estão cansados, como nós, de acreditarem que a saída está nas mãos dos políticos. Mais espertos do que a nossa geração, enxergaram que o poder institucionalizado só funciona no tranco como um carro velho despencando ladeira a baixo. O parâmetro que nos têm dado é o mais catastrófico possível: - as pontes só serão erguidas se houver grave acidente, os postos só funcionarão quando os leitos dos hospitais estiverem cheios, a comunidade X só será atendida quando seu voto for conveniente ... Nossos jovens têm visto o que a soberba experiência subestima: a coisa está mesmo funcionando só a base de tranco. Os maiores de trinta talvez não sejam tão ousados porque a tendência da geração é repetir um padrão: ou se é situação ou oposição, mas os jovens, estão mais ousados, mais atentos, sabiamente engajados numa necessidade de aguda de mudança - até a palavra revolução me parece idéia ultrapassada. Melhor do que nós, irão às urnas mais ávidos por mudanças, e sem medo de errar já estarão decididos sem o mesmo comprometimento político que afeta a nossa geração.

Confio nos moços e como diria a poetiza Adélia Prado, se lhes roubam a poesia eles olham pedra e vêem pedra mesmo, expondo os espelhos com provocações.

Que nos contagiem os moços, renovar é preciso! Nossos espelhos não têm nos mostrado nenhuma Cinderela, apenas pedras em teto de vidro partindo em qualquer direção!

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