Nos trilhos da história

A Constituição de 1988 foi promulgada em 05 de outubro, marcando a retomada da democracia no Brasil. A data confirma nosso compromisso com aqueles que desprenderam esforços para nos deixarem o legado de um país livre da repressão e do medo. Se hoje o voto se equipara a um direito, devemos agradecer aos verdadeiros líderes que tiveram a ousadia de se rebelarem contra um poder, patricida por excelência.

Em memória aos nobres como Ulisses Guimarães, lamento o destino dado àquela que já simbolizou uma sigla de nomes respeitados e envolvidos em lutas democráticas e verdadeiras. O PMDB da atualidade, em nada se compara ao partido orquestrado pelo sábio maestro, se analisado criticamente na esfera que nos representa.

Se outorgados para representar a maioria, não há como fugir deste princípio, no entanto, de quem se esperava tal desempenho partiu o sopapo às regras, envolvendo o partido em episódios lamentáveis de manipulação e mau direcionamento.

Não bastasse a violação aos preceitos estatutários, a ofensa pública de certos filiados sustentada através da imprensa, remete a uma desmoralização, que agride publicamente a imagem do PMDB enquanto uma instituição política.

A democracia comporta a liberdade de imprensa e esta a liberdade de opiniões, mas o exercício, tanto desta quanto daquela, encontram na ética o limite necessário para a manutenção do direito.

Indisfarçável restou o quanto determinados dirigentes podem ser nocivos às agremiações, se praticada a conduta reprovável.

O Sr. Ulisses amargou árdua tarefa para devolver aos brasileiros uma pátria igualitária e justa, e colocou sobre os trilhos da história o PMDB, como um partido de homens sérios e cumpridores do dever, mesmo sob a ameaça de uma ditadura.

Não é correto que restabelecidas as liberdades para a atuação permanente das instituições políticas, seja permitido grave desobediência às diretrizes fundamentais do PMDB por parte dos seus dirigentes.

O funcionamento da sigla garante a formação das correntes de opinião, mas não acata o atentado à democracia ou notória e ostensiva hostilidade aos seus filiados e às suas determinações.

Sofremos vinte anos as pancadas de um regime e não será a agressividade de determinados sujeitos que submeterá a capacidade de escolha aos caprichos voluntariosos dos egos.

Que os últimos acontecimentos não sejam esquecidos e remetam ao nosso colegiado um juízo de valor menos omisso em relação a quem, realmente desonra as instituições, por desacato aos seus representantes e ao partido, por desacato aos seus compromissos.

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