A reunião dos países que compõem o chamado G8 (amalgama das potências econômicas à frente do comando mundial) não pauta nenhuma nova meta que contribua para a estabilização dos países em desenvolvimento, quiçá para o alcance do tão esperado crescimento, enquanto o pressuposto de abandono das políticas de exploração e subserviência.
Ao contrário, o G8 promete auxiliar os países em atraso através de pacotes globalizados onde serão adotadas medidas de crescimento via exploração dos territórios e dos recursos naturais daqueles que ainda detenham alguma capacidade de extração de lucro para quem estiver no comando.
A exemplo do Brasil, o auxílio mais recente ao crescimento - oriundo da política dos Estados Unidos - veio sob a forma de um escambo nocivo para quem o alimenta e vantajoso para quem o incentiva, pois se trata da transformação do Brasil num grande produtor de etanol - idéia que mascara a transformação da terra brasilis num vasto canavial a mercê da indústria automobilística dos países sem recursos para a produção de combustível.
Retorno à monocultura, aliar crescimento à exploração de uma atividade que no Brasil ainda retém mão-de-obra escrava, é prenunciar dias de cárcere como obstáculo intransponível para as metas de crescimento. Sem falar que o modo de extração canavieira contribui, paulatinamente, para o aquecimento global, porque a queima da plantação ainda é utilizada para o corte e o plantio e sendo assim, acarreta desequilíbrio ambiental e liberação de gases poluentes lançados sobremaneira na atmosfera.
Se valer à pena lembrar, nenhuma nação se desenvolve com o capitão-do-mato chicoteando regras no seu quintal. Tempos idos, não devemos reacender a velha centelha do “brasil, casa grande e zenzala”, exceto se pelo espírito literal da obra, pois já pagamos alto pela pseudo-abolição do povo brasileiro.
Um dos territórios que entrou na pauta de discussão foi a África, sendo apontado como alvo de políticas de auxílio à erradicação da miséria. Assim como o Brasil, o que esperar em termos de contribuição para o desenvolvimento daquele continente tão sofrido cujo povo foi continuamente prostituído pelas mãos das nações que impunham a força para alçar ascensão econômica?
Quanto ao aquecimento global, a tendência insidiosa consiste em dissociar as causas, da responsabilidade individual de cada potência que compõe o G8. Chegando a usar do cinismo discursivo, os programas de prevenção direcionados ao terceiro mundo proporcionam nitidamente uma “cultura de indulgência” do primeiro, onde se percebe um mecanismo delinqüente que desvia a atenção do quão responsáveis pelas agressões ambientais tem sido cada Estado, sendo o mais nocivo os E.U.A . Fugindo das sanções e empregando uma filosofia individualista e liberal, George W.Busch se desresponsabiliza e apregoa a impunidade, agora visível.
Ah, não! Discussões do G8, assim como da ONU só ocupam relevância para o Direito Internacional, porque para os povos propriamente ditos, como já diziam os Mutantes, apenas constitui a pujança “das pessoas da sala de jantar”.
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