O expresso da vergonha


Ao contrário do que sugeriram dois dos nossos ilustres edis, na última sessão realizada na Câmara, os coletivos da Expresso Macacu que fazem a linha Boca do Mato – Centro são mesmo uma vergonha.

O transporte foi pautado nas deliberações da sessão por conta de um abaixo-assinado que os alunos da rede pública enviaram para este veículo de comunicação, em que reivindicavam melhores condições de transporte e principalmente horários regulares.

A irregularidade do horário tem afetado alunos e professores, e embora essa reclamação já tenha sido levantada anteriormente, o modo como nossos legisladores trataram o assunto parece decantar a função de legislador à de apaziguadores incipientes dos problemas que envolvem o ensino. A vereadora Silvia Cristina em meses pretéritos chegou a fazer uma intervenção relacionada ao transporte e por conhecer bem as carências locais foi a única representante da casa capaz de se debruçar sobre este problema.

Como moradora da Castália e usuária do transporte coletivo, afirmo de boa fé que, além dos alunos sofre toda a comunidade dos bairros adjacentes que carecem do coletivo para exercerem diariamente suas atividades.

O atraso é comum, a sujeira é comum, a precariedade de condições também é comum. Não fosse pela simpatia dos motoristas e trocadores, que põem em risco suas vidas em ônibus sucatados, seria mais revoltante o uso diário dos coletivos.

Para os que não se conformam com a cidadania consciente e apontam como crítica oposicionista os reclames advindos da relação de consumo, devo lamentar em dois sentidos: o primeiro, não caberia aos nossos vereadores taxarem a reclamação e desconsiderarem o que nós, moradores, estudantes e usuários passamos diariamente nestes coletivos. A conduta coerente seria investigarem até que ponto há relativa verdade no que foi apresentado à Casa Legislativa, pois nos seus papéis a outorga foi dada para darem a nós a melhor representação possível.

O segundo, ignorar alunos da rede pública quanto a um problema que impossibilita o andamento escolar pleno é cercear um direito fundamental, previsto em lei e salvaguardado pela Constituição da República.

Devo afirmar que o problema da Expresso Macacu não afeta somente alunos. É comum idosos e usuários, ficarem a revelia nos pontos esperando um transporte de péssima qualidade por falta de opção. Como consumidora sinto vergonha e repulsa por submeterem a população a este tipo de serviço. A relação de consumo é desigual e passível de processos judiciais.

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